Prisão
Matilde está na cela deitada na cama, a ser assistida por
um médico, quando João chega e assusta-se com a situação.
-Matilde! (Espanta-se João)
-Tenha calma, a Matilde sentiu-se mal durante a noite e
por enquanto não pode receber visitas. (agente)
-Mas eu sou namorado dela, eu tenho o direito de estar
aqui. (João exaltado)
-Eu compreendo, mas… (Agente)
-O Senhor é que é o namorado da menina Matilde?
(interrompe o Médico)
-Sim sou, o que se passa com a Matilde? (pergunta João
preocupado)
-Acho que não é motivo para tanto alarme, acho que é
motivo para estrarem os dois felizes. (médico)
-Como? Não estou a perceber. (João)
-A Matilde está grávida. (médico)
-Grávida? (João estupefacto)
-Sim grávida, os sintomas que ela tem tido ao longo deste
período de tempo são visíveis. (médicos)
-Mas então ela vai ter de sair da prisão. (João)
-Não! A Matilde vai manter-se presa á espera de
julgamento e isto tudo vai ser decidido pelo juiz. (intromete-se o agente)
-Mas ela está gravida! (exalta-se João)
-Grávida? (ouve Matilde e levanta-se da cama)
-Tenha calma, tem que se manter em repouso. (médico)
-Eu não tenho calma coisa nenhuma, eu estou presa e estou
grávida. (Matilde exaltada)
-Calma meu amor é o nosso fruto, é ele que nos vai unir.
(João)
-Numa altura destas? Achas que é boa altura? Nós não
temos casa, trabalho, eu estou presa e agora estou grávida. (Matilde
desesperada)
-Eu vou ter de me retirar, a menina tem de estar em
repouso absoluto e tente não se inervar. (Médico e vai se embora)
-Eu não estou acreditar nisto, eu não posso estar a viver
este sonho, eu não posso. (diz Matilde)
-Matilde não te podes inervar. (João)
-João o que vai ser de mim aqui presa e grávida?!
(Matilde desesperada)
-Espera pela decisão do juiz, agora peço que tenhas
calma. (Matilde)
-João eu estou a ficar farta, os meus amigos
desapressaram-me, eu estou presa, estou grávida, sinceramente já não consigo
mais. (Matilde)
-Senhor agente será que nos pode dizer quando é o
julgamento? (pergunta João)
-Eu não devia dizer, mas até vos posso dizer. (agente)
-É quando? (pergunta Matilde)
-Já amanhã. (responde agente)
-Vês é já amanhã. (João)
-Era para ser daqui a três messes, mas pela situação que
se consta será já amanha. (diz o agente)
-Obrigada! (João)
-Ai João e se eu não sair? (Matilde nervosa)
-Se não saires eu vou estar sempre contigo e com o nosso
filho, acredita nisso. (João)
-Prometes? (pergunta Matilde)
-Prometo! (João)
-A visita terminou, tem de se retirar. (agente)
-Eu amo-te, eu estou aqui nunca te esqueças, amanha estou
contigo. (João)
-Obrigada. (diz Matilde caindo uma lagrima)
João sai mais o agente e Matilde senta-se na cama a
chorar.
Empresa
A Z models - Estúdio
Márcio, Sérgio e Rodrigo estavam a trabalhar no catálogo.
-Bem já vos ajudei muito, agora tenho de ir para o meu
trabalho. (Rodrigo)
-Está bem vai lá, não sei mesmo onde é que aqueles dois
se meteram. (Sérgio)
-Também já não falta muito Sérgio. (Márcio)
-Sim é verdade. (Sérgio)
-Olha hoje vou ver a Matilde á prisão, queres vir?
(pergunta Sérgio)
-Sim claro, Márcio vens? (pergunta Sérgio)
-Sim vou. (responde Márcio)
-Então vá até já. (Rodrigo e sai do Estúdio)
Mansão
Mendes de Oliveira – Sala de estar
Mariana e Antónia estavam a ler um livro, quando João
entra em casa.
-O que é que estás aqui a fazer? (levanta-se Antónia)
-Vim dar-vos uma notícia. (João)
-E qual é essa noticia? (pergunta Mariana)
-Vai ter um irmão. (responde João)
-O quê? Já tem outra? (pergunta Mariana)
-Não! A Matilde está grávida. (responde João)
-Como? Como é que é capaz de ter outro filho com o que
aconteceu ao Alexandre? (pergunta Antónia)
-Nós tivemos a Mariana depois do Alexandre, e isto não
aconteceu porque quis, mas sim porque aconteceu. (João)
-Ah tinha de vir as desculpas, aqui quem sai mal sou eu,
não é mãe, você e mãe já não têm nada. (Mariana)
-Eu sei disso, mas tem de compreender Mariana. (João)
-Eu não tenho de compreender coisa nenhuma. (Mariana)
-Tu és triste, amanhã tens de estar no advogado para
assinar os papéis do divórcio. (Antónia)
-Como? Eu não posso, tenho o julgamento da Matilde.
(João)
-Não te preocupes, fica para a tarde. (Antónia)
-Lá estarei. Já vos vim dar a notícia para depois não
dizerem que não vos disse nada, adeus. (João e vai embora)
-Como é que ele é capaz. (Antónia)
-Deixe mãe, eles os dois ainda vão pagá-las. (Mariana)
-Agora vou á empresa falar com a Mónica. (mente Mariana)
-Vá filha, até já. (Antónia)
-Fica bem? (pergunta Mariana)
-Sim fico e se precisar de alguma coisa a Maria está na
cozinha. (responde Antónia)
-Então até logo. (Mariana e vai embora)
-Eu ouvi o que o Dr. João veio cá dizer. (Maria)
-Ouviu? (pergunta Antónia)
-Peço desculpa, mas não tive como deixar de ouvir.
(Maria)
-Não faz mal. (Antónia)
-É tão maravilhoso ter um filho. (Maria)
-É Verdade e é pena eu não ter aqui o Alexandre comigo.
(Antónia comovida)
-Posso lhe contar uma coisa? (pergunta Maria)
-É claro que pode. (responde Antónia)
-O Ivo não é meu filho! (conta Maria)
-O quê? O Ivo não é seu filho? (pergunta Antónia
estupefacta)
-Não! Tudo começou há vinte anos quando encontrei o Ivo
no aeroporto… (e Maria começa a contar toda a história)
Antónia fica muito atenta a ouvir a história…
CONTINUA…
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