(CONTINUAÇÃO)
Gonçalo e Laura estão nervosos após serem
surpreendidos por Miguel.
MIGUEL
O que é que se passa aqui?
Miguel com um ar
desconfiado.
LAURA
(nervosa)
A… Não se passa nada, amor.
(pensando)
O Gonçalo é que teve uma recaída e eu deitei-o na cama, tu entraste
na altura em que eu estava ajuda-lo a levantar-se.
MIGUEL
Mas não me pareceu que ele estivesse acabado de ter uma recaída, ele
levantou-se tão rápido.
GONÇALO
Podemos
ir jantar? Estou com uma fome.
Gonçalo fingindo que ainda não recuperou da
suposta recaída.
LAURA
Sim vamos jantar.
INT.
CASA DOS VALENTE – SALA DE JANTAR NOITE
Mário, Rute, Laura, Gonçalo e Miguel estão
sentados á mesa a serem servidos por Lídia, a empregada.
RUTE
Uma
recaída?! O menino tem que ir fazer uma visita ao médico ou então chamamos o
médico Madureira cá a casa.
GONÇALO
Não
é preciso, mãe. Foi só uma quebra de tensão, nada de grave.
LAURA
Eu reparei que foi uma quebra de tensão e a sorte dele foi que eu deitei-lhe
na cama.
MÁRIO
E fez muito bem, Laura.
RUTE
E então, Laura, ainda não nos disse se vem viver cá para casa depois
do casamento ou se vai viver com o Miguel.
LAURA
Viver cá para casa ou com o Miguel? Ainda não sei é uma coisa que
temos de falar entre os dois, não é amor?
MIGUEL
Sim é. Mas depois do casamento vemos isso, agora o que importa é nós
casarmos e sermos felizes.
Agarrando a mão de
Laura.
GONÇALO
Há quem diz que os casamentos só pioram as relações.
RUTE
Gonçalo!
Rute chamando-o a atenção.
MÁRIO
Teve uma oportunidade para estar calado.
GONÇALO
Porquê? As vezes o pai tem tantas oportunidades para estar calado e
não o fica, porquê que eu hei-de o ficar?
MÁRIO
Ainda á pouco tive uma conversa consigo sobre o que aconteceu hoje de
manhã, Gonçalo. Vai voltar ao início?
RUTE
O Seu pai tem razão, Gonçalo.
GONÇALO
Pronto, agora até a mãe está do lado deles?
(pausa)
Eu sou sempre o que tenho de estar calado e não posso dar as minhas
opiniões.
MIGUEL
Tu podes dar as tuas opiniões, mas com mais cuidado e pensa antes de
as dizeres.
GONÇALO
Olha tu nem vale a pena estares a falar, porque só de te ouvir ainda
perco a vontade de comer.
MÁRIO
(gritando)
Chega!
Rute, Laura, Gonçalo e Miguel ficam
surpreendidos com o grito.
RUTE
Peço
imensa desculpa por isto, Laura.
LAURA
Não faz mal.
MÁRIO
Isto começa a ser inadmissível. Vocês os dois são irmãos e Gonçalo
pára, pára de ter armar em vítima.
GONÇALO
Já cá faltava…
MÁRIO
Agora vamos continuar a jantar e a ter
conversas decentes e temas familiares. Afinal de contas temos uma convidada, a
Laura, a noiva do Miguel, ela também vai ser da nossa família, querem passar
essa imagem para ela?
GONÇALO
Mas ela já nos conhece há bastante tempo.
GONÇALO
Mas isso não interessa. Nós somos uma família e temos de nos dar bem,
gostem ou não gostem!
(pausa)
Agora se faz favor vamos jantar e saber conviver!
Gonçalo olha para Miguel com um ar de ódio e
de quem não fica por aqui.
INT.
CASA DE ALICE - SALA NOITE
Alice,
Alberto, Vitória, Tiago e Ana estão a jantar, ao mesmo tempo conversam. Ana
está mais atenta às mensagens que recebe no telemóvel.
ALBERTO
Começo a achar que eles são todos iguais, por mais que me custe a
acreditar.
VITÓRIA
Quem avô?
ALBERTO
Olha o Tomás, a Rita, a Laura.
ALICE
Não
pai, esses são completamente diferentes das vigaristas.
VITÓRIA
Olha que não é verdade. A Anabela e a Esmeralda são pessoas
fantásticas e nunca ouviram que quem sai aos seus nas desonera?!
ALBERTO
Por isso mesmo, Vitória. Acho que eles são iguais a elas.
ALICE
Pai? Tira isso da cabeça. A Rita, o Tomás e a Laura são pessoas
diferentes e pessoas que para além serem da família das vigaristas não estão
nem no lado delas, nem no nosso, logo aí vês que são diferentes.
TIAGO
Epá importam-se de parar com essa conversa? Nem á messa.
(Olha para Ana)
E tu pára de sorrir para a porcaria do telemóvel.
ANA
Olha este, olha. Estás com inveja de não ter amigos e amigas que te
mandei mensagens, é?
ALICE
Pronto, pronto, pronto! Tiago, tens razão nós vamos parar de falar
nas vigaristas.
ANA
(Olhando o telemóvel)
Ai que fofo!
ALBERTO
Ana
arruma o telefone estás á mesa.
VITÓRIA
É a noite toda nisto. Se houvesse mais um quarto nesta casa eu
atirava foguetes.
ANA
Tinha de vir a dona Gracinda.
Alberto faz sinal a Ana
para esta guardar o telefone e começar a comer. Esta faz um ar de má vontade,
mas lá o arruma.
INT. CASA DE ANABELA – SALA NOITE
Lurdes e Nuno estão sentados no sofá da sala
e Petra levanta a mesa, levando a louça para a cozinha.
NUNO
Isto
de não ter televisão é uma seca!
LURDES
Mas podemos sempre meter um tema.
Petra retira louça da mesa e leva para a
cozinha.
Nuno olha Lurdes.
NUNO
E qual é esse tema?
LURDES
A rapariga de hoje á tarde.
NUNO
Lá vem a avó com essa história.
Petra entra novamente na sala vinda da
cozinha e ouve o que Nuno acabara de dizer.
PETRA
História? Que história?
NUNO
Nada, não é nada, mãe.
Petra continua a levantar a louça da mesa e
Lurdes aproxima-se de Nuno para que esta não volte a ouvir nada.
LURDES
(Sussurrando)
Diz lá aqui á tua avó, achas-te graça á moça, não foi?
NUNO
Sim, avó achei, mas nada mais.
Lurdes sorri e dá umas
palmadinhas nas pernas de Nuno.
CONTINUA…
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